terça-feira, 29 de outubro de 2013

Catadores ajudam a implantar Política de Resíduos Sólidos

Conferência do Meio Ambiente aprova 60 recomendações para aprimorar a lei

Ambiente, Izabella Teixeira, anunciou neste domingo (27/10), no encerramento da 4ª. Conferência Nacional do Meio Ambiente, em Brasília, a criação de um grupo de trabalho permanente, vinculado ao seu gabinete, com um representante dos catadores de produtos recicláveis, para acompanhar a implantação da Política Nacional dos Resíduos Sólidos (PNRS). É a primeira medida a ser tomada após o evento, que reuniu quase 3 mil pessoas, de 27 Estados, para elaborar uma pauta prioritária com 60 recomendações que foram encaminhadas ao governo para tornar a política uma realidade.

Para a ministra, a 4ª. CNMA acelera o processo de implantação da lei. “É uma nova agenda de trabalho, tanto para os  governos, quanto para os cidadãos e as empresas. É isso que muda o Brasil. Vocês estão aqui defendendo o seu país”, disse a ministra ao analisar a os resultados da participação popular. Das etapas estaduais até a conferência nacional, os debates em torno da PNRS já reuniram mais de 200 mil  pessoas. “Isso demonstra que todos querem e estão dispostos a trabalhar para que a política de resíduos sólidos avance”, salientou.
Recomendações - As propostas vencedoras do fórum nacional recomendam ao governo que amplie e diversifique suas ações na área de educação ambiental, fortaleça a fiscalização com leis e medidas mais rígidas, estimule com campanhas e recursos financeiros a reciclagem, desonere a logística reversa, valorize a mão de obra dos catadores e elabore leis que proíbam a incineração de resíduos recicláveis. Em três dias de debates e votações, um conjunto de 160 propostas com origem nas etapas estaduais e municipais definiu as 60 prioridades. Isabella lembrou que as conferências anteriores sempre produziram sugestões acatadas e transformadas em política públicas e que essa não será diferente.
De acordo com a ministra, o que 4ª. CNMA recomenda é fruto da democracia participativa, em sua forma mais direta.  Os debates contaram com a presença de representantes de governos estaduais, municipais e federal,  pesquisadores, professores universitários e catadores. Na avaliação de muitos dos participantes,  serviu para que as pessoas tomassem consciência da complexidade de implantar a PNRS e para que possam arregaçar as mangas para tornar o país mais sustentável.  “Gente que nunca teve direito a voz nem voto nas decisões ministeriais, agora teve. É uma vitória do povo brasileiro”, avaliou Izabella. Para ela, a ajuda de todos permite com que o Ministério do Meio Ambiente (MMA) possa fazer políticas públicas mais inclusivas e mais sustentáveis.
Na avaliação do diretor do Departamento de Cidadania e Responsabilidade Socioambiental do MMA, Geraldo Abreu, que coordenou a realização da 4ª. CNMA,  a quantidade de pessoas envolvidas na realização da conferência é uma prova de que está havendo uma renovação da política ambiental no Brasil. “O recado que eles passaram é de que o governo não deve arredar pé de implantar a política de resíduos sólidos.”, afirmou. Uma das propostas aprovadas pede que o governo não adie o prazo para a desativação dos lixões e implantação dos aterros sanitários.
Para Abreu, ninguém mais quer ser apenas ouvinte nas questões ambientais. “Todos querem participar. Isso retira as decisões das mãos de alguns”, avalia. Ele conta que a escolha do tema para o evento foi controvertida. “Muitos achavam que não ia dar certo realizar uma conferência com uma política já adotada e sancionada”, disse.  Agora a expectativa dele é de os bons resultados da  4ª. CNMA sejam traduzidos em ações concretas, que melhorem a implantação da política e a consolidação da responsabilidade compartilhada, com governos, empresas e cidadãos fazendo a sua parte.

Pensar. Comer. Conservar: nova campanha do PNUMA e da FAO contra o desperdício alimentar

Promovida pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), a campanha alerta que 1,3 bilhão de toneladas de comida são desperdiçadas a cada ano. Iniciativa dará informações para evitar o desperdício, reduzir o impacto ambiental e poupar recursos.
Mais de um bilhão de toneladas de comida são desperdiçadas a cada ano. Para reverter esta situação, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura  (FAO) lançaram no dia 22 de janeiro a campanha global contra o desperdício de alimentos “Pensar. Comer. Conservar. Diga não ao Desperdício”.
A iniciativa se dirige especialmente aos consumidores, comerciantes e outros atores sociais da área gastronômica e de hospedagem e reunirá diversas ações contra o desperdício, reunidas em umportal (www.thinkeatsave.org). Segundo a FAO, um terço dos alimentos é perdido durante os processos de produção e venda, um desperdício equivalente a um trilhão de dólares.
“Nas regiões industrializadas, quase metade da comida descartada, cerca de 300 milhões de toneladas por ano, ainda está própria para o consumo. Esta quantidade é equivalente a toda a produção de alimentos da África Subsaariana, e suficiente para alimentar 870 milhões de pessoas”, informou o Diretor-Geral da FAO, o brasileiro José Graziano da Silva.
A campanha fornecerá informações e dicas para evitar o desperdício, reduzir o impacto ambiental e poupar recursos. Os consumidores serão incentivados a não se deixar seduzir por estratégias para consumir mais do que o necessário. Já os comerciantes podem oferecer descontos em produtos próximos da data de validade.
A iniciativa é coordenada pelo Save Food Initiative, ação da FAO e da Messe Düsseldorf,  e pelo “Desafio Fome Zero”, do Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon. Participam também organizações como a WRAP UK, de incentivo à reciclagem, e Feeding the 5000, que distribui alimentos que seriam descartados, além de outros parceiros, como governos nacionais com experiência em políticas contra o desperdício.
Participe da campanha global acessando www.thinkeatsave.org

domingo, 6 de outubro de 2013

Resíduos Sólidos

Atualizado: 04/10/2013 11:00 | Por Portal EcoD

Brasil precisa investir R$ 6,7 bilhões para dar fim adequado a resíduos sólidos

Por Agência Brasil

O Brasil precisa investir R$ 6,7 bilhões para, de forma adequada, coletar todos os resíduos sólidos e dar fim a esse material em aterros sanitários. O dado foi divulgado na quinta-feira, 3 de outubro, pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe).
De acordo com a entidade, caso o país mantenha o ritmo de investimentos na gestão de resíduos registrado na última década, a universalização da destinação final adequada deverá ocorrer apenas em meados de 2060. “No atual ritmo, chegaremos a agosto de 2014 com apenas 60% dos resíduos coletados com destino ambientalmente correto”, destaca Carlos Silva Filho, diretor executivo da Abrelpe.
A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) prevê para agosto de 2014 o fim da destinação inadequada de resíduos. Dados da Abrelpe mostram que há ainda cerca de 30 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos com destinação inadequada no país. “Se não contarmos com esforços conjuntos e recursos disponíveis para custear o processo de adequação, corremos o risco de ver o principal ponto da PNRS não sair do papel”, destacou o diretor.
Segundo a associação, a aplicação de 0,15% do Produto Interno Bruto (PIB) no setor de resíduos seria suficiente para as adequações necessárias.