Compostáveis e oxobiodegradáveis: entenda as diferenças
As sacolas compostáveis são ideais para o descarte de lixo orgânico destinado à compostagem. Embalagem e conteúdo vão se desintegrar e produzir adubo/Créditos: Reprodução - Abicom |
O plástico biodegradável, a partir da ação de micro-organismos, deve ser reduzido a CO2 (dióxido de carbono) e água em ambiente aeróbico ou CH4 (gás metano) e água em ambiente anaeróbico. Contudo, essa forma de degradação somente ocorre em condições apropriadas, ou seja, é necessária a presença de água, nutrientes minerais, controle de temperatura e pH. Fora dessas condições, os plásticos vão se comportar como um material convencional, que vai permanecer no ambiente por longo período.
Dentre os polímeros biodegradáveis, são classificados diferentes produtos que vão variar quanto a forma de produção e degradação, como os compostáveis e os oxobiodegradáveis.
O plástico compostável deve ser destinado preferencialmente a usinas de compostagem, onde, junto com matéria orgânica, vai se decompor em água, CO2 e o húmus, que dá origem a um adubo natural. O processo também pode ocorrer em escala caseira. A matéria-prima pode ser de origem fóssil, fonte renovável ou até mesmo resultante de uma combinação de ambos. Se todas as condições necessárias forem atendidas, o plástico compostável se degrada em até 180 dias.
Já os plásticos oxobiodegradáveis contêm aditivos pró-oxidantes em sua formulação, que vão facilitar a quebra dos polímeros em moléculas bastante reduzidas, facilitando a ingestão por micro-organismos. Sendo assim a oxobiodegradação passa por dois processos: primeiro a desintegração da cadeia do polímero e somente depois a decomposição.
A efetiva utilização comercial desses produtos ainda encontra entraves e resistências. Materiais biodegradáveis ainda tem um alto custo, porque boa parte da matéria prima ou aditivos utilizados na composição ainda precisa ser importada, encarecendo o produto final. Por outro lado, ainda há controvérsias quanto a real biodegradação desses polímeros. É importante ressaltar que os plásticos somente serão biodegradáveis se todos os seus constituintes do produto também forem.
Na visão da professora da faculdade de Engenharia Química da Unicamp, Lucia Mei, a resistência ao uso do biodegradável está relacionada com a falta de informação sobre o que eles realmente são e como funcionam. É preciso que a população confie na eficiência do produto, para que assim mais pesquisas na área sejam incentivadas, possibilitando a produção nacional, sem a necessidade de grandes importações de matérias primas.
FONTE:http://www.cenne.com.br