O número de cidades brasileiras com coleta seletiva de lixo
mais que dobrou de 2000 a 2008, mas ainda assim apenas 1.087 municípios, ou
19,5% do total, têm alguma forma de separação para reciclagem. Segundo a
pesquisa Índices de Desenvolvimento Sustentável (IDS 2012), divulgada nesta
segunda-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em
2000, apenas 8,2% das cidades tinham coleta seletiva.
Ao mesmo tempo, porém, o Brasil é campeão em reciclagem de
alumínio, com 98,2% de reaproveitamento de latinhas, em 2009. "No Brasil, os
altos níveis de reciclagem nem sempre estão associados à educação e à
conscientização ambiental. Muitas vezes o alto valor das matérias-primas e a
presença de uma massa de trabalhadores sem qualificação e poucas opções de
emprego são fatores que explicam", diz o IBGE no documento da IDS 2012.
Mesmo o Paraná, Estado com a maior cobertura de coleta
seletiva, tem 52,1% das cidades nessa situação. A disparidade regional é enorme:
no Piauí, duas cidades (0,9% do total) têm coleta seletiva.
Os municípios com coleta seletiva estão mesmo concentrados nas
regiões Sudeste e Sul, onde 25,9% e 41,3% das cidades, respectivamente, fazem
separação de lixo. São piores os dados para o Norte (5,1% das cidades), Nordeste
(6%) e Centro-Oeste (7,1%).
Desenvolvimento sustentável
Caiu a mobilização política local, nos municípios, em torno do
desenvolvimento sustentável. Em 2002, 50,6% da população viviam em cidades com
Agenda 21 Local. Em 2009, a parcela caiu para 41,2%, segundo a pesquisa IDS. Em
2009, havia apenas 978 municípios com Agenda 21 Local.
A Agenda 21 é um documento assinado por 178 países na Rio 92,
estabelecendo uma série de objetivos, critérios e princípios para o
desenvolvimento sustentável. A Agenda 21 Local é um processo de planejamento
estratégico para implementar a agenda localmente. O fim do Programa Farol do
Desenvolvimento, do Banco do Nordeste (BNB), que financiava a instalação de
projetos de Agenda 21 Local, foi apontado pelo IBGE como um dos motivos para a
desmobilização.
Segundo Denise Kronemberger, coordenadora técnica da IDS 2012,
a queda na população residente em cidades com Agenda 21 Local demonstra a
insustentabilidade de programas para impor o desenvolvimento sustentável "de
fora". "Isso mostra a importância desses processos serem endógenos", afirmou
Denise.
Camada de ozônio
De 1992 para 2010, o Brasil reduziu em 89,2% o consumo de
substância nocivas para a camada de ozônio, segundo a IDS. A destruição da
camada de ozônio, um dos principais problemas da agenda ambiental de 20 anos
atrás, na Rio 92, está sendo combatida.
Isso porque o Protocolo de Montreal, assinado em 1987 e
atualmente com 196 países signatários, que decidiu pela redução do uso de
substâncias destruidoras da camada de ozônio (SDOs), tem sido bem-sucedido.
No Brasil, segundo a compilação do IBGE, o uso de SDOs caiu de
11.099 toneladas PDO (Potencial de Destruição da Camada de Ozônio, unidade
calculada englobando os diferentes tipos de substâncias), em 2000, para 1.208
toneladas PDO, em 2010. Os clorofluorcarbonos (CFCs) são os SDOs mais
conhecidos.
Atualizado:
18/6/2012 11:25
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